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Sou jornalista, com registro profissional desde 1995, e professor de História, com mestrado, desde 1986.
Sou graduado em Brasília (DF), onde vivi a maior parte da minha vida. No Acre, vivi de 1993 a março de 2009, atuando como professor em diversas instituições de ensimo médio e superior e na maioria dos veículos de comunicação, exercendo as funções de locutor, apresentador, repórter e chefe de redação. Atualmente resido em Catalão (GO), minha terra natal, e trabalho como jornalista free lancer.
Este blog foi criado preferencialmente para minhas elocubrações jornalísticas e literárias, sobretudo, as crônicas, estilo que aprecio e que vejo como forma concreta de manifestar, como diria o pensador Ortega Y Gasset, o meu eu, minha circunstância e meu tempo.

Decisões também se mudam

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Em 2006, recém saído do turbilhão de uma separação, decidi por fim a uma longa, profícua e gratificante profissão: a de professor. Além de cansado do sacerdócio, naquele momento, havia uma discussão nacional sobre o verdadeiro papel do professor. Debatia-se se a função é de educador, psicólogo, baby sitter ou pai/mãe substituto.
A expressão tio/tia, por exemplo, que se consolidou nas últimas décadas entre alunos da pré-escola e do ensino fundamental, passou a ser questionada porque o professor estava abandonando sua verdadeira função para desempenhar papel de alguém da família.
Desde que me formei , na década de 80, sempre ministrei aulas para estudantes do ensino médio, de pré-vestibulares, cursos profissionalizantes, preparatório para concursos e até nível superior, mas, até aquele ano, nunca para os do ensino fundamental. Em 2005, no entanto, pela primeira vez “dei” aula para “aborrecentes” da 7ª e 8ª séries.
Foi uma loucura. Com o estado de nervo abalado, para não perder a calma com alguns alunos indisciplinados, resolvi “chutar o pau da barraca”. Na época, escrevi o artigo Sala de Aula, To Fora! Fiquei mais tranqüilo depois disso, principalmente pelos inúmeros e-mails que recebi de colegas de profissão.
Nos últimos três anos, decidi me dedicar mais ao jornalismo, atividade que exerço há 16 anos. Mas, neste período, nunca esqueci a sala de aula, espaço onde é possível repassar o recado da forma mais direta e contundente e analisar, instantaneamente, o feed-back.
Nesta semana, para minha felicidade, reencontrei um simpático e falante jovem de 17 anos que me induziu a repensar minha drástica decisão de abandonar a Educação. Ele disse: “Você se lembra de mim. Sou o Ricardo, aquele seu aluno “barra pesada” da escola Dr. Mário de Oliveira. Pois é, professor. Hoje estou fazendo Agronomia e devo isso ao seu estímulo. Ninguém, com exceção de você acredita no meu potencial. Gostei muito de suas aulas de suas aulas de História, tomei gosto pela leitura e por isso, acho que fiz uma excelente prova de vestibular.
Com essa rica e estimulante conversa, decidi voltar à sala de aula. Desde então tenho pensado muito no quanto uma boa atitude e uma simples conversa pode mudar o rumo das nossas vidas.

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